martes, 29 de julio de 2008
viernes, 18 de julio de 2008
jueves, 17 de julio de 2008
THALASSA¡
THALASSA!
(Traducción de Luz Gomes)
Chegarás primeiro às sereias
que encantam a quantos homens vão a seu encontro.
Homero
Como um rebanho de ondas saltitam
na brancura desta página.
Procuram o vaivém das horas mais
núbeis das três da manhã.
Costumam esconder-se no vestíbulo
do silêncio e ninguém as vislumbra.
Dormem ermas contigo, ainda que nunca
serão tuas. Ao cenário sempre
levam o mesmo papel desde antanho
no poema, que é onde envelhecem,
sem morrer.
Pode-se-lhes invocar nas portas
do sonho, memorando nomes antigos
de náufragos infaustos que planeiam
entre escombros, os que procuram um naco
infalível, algum breve cascalho
de salitre, o ansiado madeirame
de um barco perdido entre a pujança
marítima, sacudindo inúteis
garrafas vazias que hoje repetem
desde a ponta deste lápis: “rilke”,
“rilke”, “rilke”, “rilke”, canto agoirento
das sereias quando assim fustigam
sobre os homens o venal desejo.
Mais além dos párpados sem sonho,
das horas dulcíssimas de um mar
adentro, quando plangem as marinhas
valvas todo refluxo sob a água,
distante, desde exânimes areias,
ó, tu, primeira das Afligidas,
na espiga das ondas cantavas,
e o teu desejo estava no sal
vivo dos nossos íntimos desejos.
Thalassa!, dizias: encrespa a onda
e bate ao vento abrindo ternos rebentos
na rosa náutica. Faz ao dia
mais lúgubre, com ele dulcifica o ar
das ramas altas que aninham pássaros.
Ao solaz, “no mar em acalma e plana”,
ao pairo da alma, é canto inaudito
que repetem impunemente valvas
olvidadas. Sonho inútil que sobe
ao coração do náufrago em lua
rala. É o mais antigo sabor
que tem a sede de salobres águas,
um lenço de vento no que foge
espantada de si a distância.
Thalassa!, enferruja toda a vereda
segredo da chuva, desatando
em vasto mar errante, ondas glaucas.
Como batido de águas zarcas, brune
com seu feitiço todas as nostalgias.
Thalassa!,
é um vento de areia escondido
na camisa de todo poeta,
a mulher do silêncio, só ossos
onde plangem possuídas sereias.
Vede-as agora brincar insones
sob o asa mais profunda do dia.
Nessa hora quando o alcatraz
com seu negro grafiti contorna o céu.
Escuta o que traz a mullente
espuma. Tu és agora Ulisses
que regressa à sua Ítaca depois
de ter amado as castas sereias.
O nascido de ventre que ouviu,
sem morrer, o canto de Aglaofeme,
a da voz bela; a Aglaope,
de rosto formoso, e a Imeropa, mãe
partenia em culpa por desejo de todos.
Escuta atento à branca Leucosia,
a Ligia, a gritadora. Olha grácil
essa “atroz escama de Melusina”
Sobretudo, finge ouvir a música
da venerável Molpe, e guarda
viva a lembrança da pureza
de Partenope, a sutil lascívia
de Pisinoe vencendo ao amante.
Aceita grato o que tenha Redne,
e a Teles toma-a por mulher perfeita.
Como um baptismo assume as palavras
da calma que é pródiga em Telxiepia.
Persuade-te de Telxiope, e volta
à aberta memória dos homens.
Antonio Leal. Do livro inédito: Thalassa.
(Traducción de Luz Gomes)
Chegarás primeiro às sereias
que encantam a quantos homens vão a seu encontro.
Homero
Como um rebanho de ondas saltitam
na brancura desta página.
Procuram o vaivém das horas mais
núbeis das três da manhã.
Costumam esconder-se no vestíbulo
do silêncio e ninguém as vislumbra.
Dormem ermas contigo, ainda que nunca
serão tuas. Ao cenário sempre
levam o mesmo papel desde antanho
no poema, que é onde envelhecem,
sem morrer.
Pode-se-lhes invocar nas portas
do sonho, memorando nomes antigos
de náufragos infaustos que planeiam
entre escombros, os que procuram um naco
infalível, algum breve cascalho
de salitre, o ansiado madeirame
de um barco perdido entre a pujança
marítima, sacudindo inúteis
garrafas vazias que hoje repetem
desde a ponta deste lápis: “rilke”,
“rilke”, “rilke”, “rilke”, canto agoirento
das sereias quando assim fustigam
sobre os homens o venal desejo.
Mais além dos párpados sem sonho,
das horas dulcíssimas de um mar
adentro, quando plangem as marinhas
valvas todo refluxo sob a água,
distante, desde exânimes areias,
ó, tu, primeira das Afligidas,
na espiga das ondas cantavas,
e o teu desejo estava no sal
vivo dos nossos íntimos desejos.
Thalassa!, dizias: encrespa a onda
e bate ao vento abrindo ternos rebentos
na rosa náutica. Faz ao dia
mais lúgubre, com ele dulcifica o ar
das ramas altas que aninham pássaros.
Ao solaz, “no mar em acalma e plana”,
ao pairo da alma, é canto inaudito
que repetem impunemente valvas
olvidadas. Sonho inútil que sobe
ao coração do náufrago em lua
rala. É o mais antigo sabor
que tem a sede de salobres águas,
um lenço de vento no que foge
espantada de si a distância.
Thalassa!, enferruja toda a vereda
segredo da chuva, desatando
em vasto mar errante, ondas glaucas.
Como batido de águas zarcas, brune
com seu feitiço todas as nostalgias.
Thalassa!,
é um vento de areia escondido
na camisa de todo poeta,
a mulher do silêncio, só ossos
onde plangem possuídas sereias.
Vede-as agora brincar insones
sob o asa mais profunda do dia.
Nessa hora quando o alcatraz
com seu negro grafiti contorna o céu.
Escuta o que traz a mullente
espuma. Tu és agora Ulisses
que regressa à sua Ítaca depois
de ter amado as castas sereias.
O nascido de ventre que ouviu,
sem morrer, o canto de Aglaofeme,
a da voz bela; a Aglaope,
de rosto formoso, e a Imeropa, mãe
partenia em culpa por desejo de todos.
Escuta atento à branca Leucosia,
a Ligia, a gritadora. Olha grácil
essa “atroz escama de Melusina”
Sobretudo, finge ouvir a música
da venerável Molpe, e guarda
viva a lembrança da pureza
de Partenope, a sutil lascívia
de Pisinoe vencendo ao amante.
Aceita grato o que tenha Redne,
e a Teles toma-a por mulher perfeita.
Como um baptismo assume as palavras
da calma que é pródiga em Telxiepia.
Persuade-te de Telxiope, e volta
à aberta memória dos homens.
Antonio Leal. Do livro inédito: Thalassa.
viernes, 11 de julio de 2008
MENTAL FIBREUX
MENTAL FIBREUX
Arbre mental
Placebo anonyme
Tissage d’araignées
Qui dresse un labyrinthe d’ombres
Mantra qui s’invoque
Entre les marasmes de silences
Et qui retentit, en un lieu sans mémoire
Sur cette page blanche.
Oh! Offense
Oracle de tuerie humaine
Dis-moi ton nom,
Larve, sphinx…
Quel chemin
Où rencontrer le graal
La marque exacte de ton visage
Dans ce désordre de rêves
Dis-moi qui suis-je
En cet instant qui s’estompe
Que fais-je dans ce dédale de miroirs
Que je devine, aveugles.
Traducciòn del poema de Antonio Leal por Francisca Huppertz
Arbre mental
Placebo anonyme
Tissage d’araignées
Qui dresse un labyrinthe d’ombres
Mantra qui s’invoque
Entre les marasmes de silences
Et qui retentit, en un lieu sans mémoire
Sur cette page blanche.
Oh! Offense
Oracle de tuerie humaine
Dis-moi ton nom,
Larve, sphinx…
Quel chemin
Où rencontrer le graal
La marque exacte de ton visage
Dans ce désordre de rêves
Dis-moi qui suis-je
En cet instant qui s’estompe
Que fais-je dans ce dédale de miroirs
Que je devine, aveugles.
Traducciòn del poema de Antonio Leal por Francisca Huppertz
DE JUGLARÌA*
DE JUGLARÍA
Para Antonio León
Cada poeta vive en un estado
de gracia. Nace igual que una estrella
para alumbrar al mundo. Es aquélla
su destino que tiene señalado.
Lo que escribe, es un vino trasegado
que vino más divino en la botella
guardado de un naufragio, es su huella
que en la árida memoria ha encallado.
¿Qué poeta encontró el camino breve
que deja la esfinge en la hoja en blanco,
la guadaña de plata de la luna
que en este verso asomar se atreve?
¿Quién dijo que el poema es de alguna
manera andar a ciegas un barranco?
Antonio Leal.27 de agosto-4 de sept. del 2007.
Para Antonio León
Cada poeta vive en un estado
de gracia. Nace igual que una estrella
para alumbrar al mundo. Es aquélla
su destino que tiene señalado.
Lo que escribe, es un vino trasegado
que vino más divino en la botella
guardado de un naufragio, es su huella
que en la árida memoria ha encallado.
¿Qué poeta encontró el camino breve
que deja la esfinge en la hoja en blanco,
la guadaña de plata de la luna
que en este verso asomar se atreve?
¿Quién dijo que el poema es de alguna
manera andar a ciegas un barranco?
Antonio Leal.27 de agosto-4 de sept. del 2007.
ÀRBOL MENTAL*
ÁRBOL MENTAL
Árbol mental,
anónimo placebo,
vericueto de arañas
que hilan un laberinto de sombras,
mantram que se invoca
entre un marasmo de sueños
y que en algún lugar sin memoria
de esta página albea.
Oh nefanda,
oracular cadalso vaticida,
dame tu nombre,
larva, esfinge;
qué camino,
dónde hallar el grial,
la cifra exacta de tu rostro
en este páramo silencio.
Dime quién soy
en este instante que se alaja,
qué hago solo en este bosque de espejos
que adivino a ciegas.
Hora frutal,
vendimia cargada de renuevos
que son dádivas de vida,
instantes que aparecen como frutos,
instantes que muerden como el hambre,
instantes que son todos uno mismo,
destrozos de uno mismo a la deriva
en el vía crucis de esta mano que escribe
y avanza para desenmascarar
el día.
ANTONIO LEAL.- 2 DE JUNIO DEL 2008. 17 de
junio. Julio 8…..* Del libro en preparaciòn: La historia de Èl.
Árbol mental,
anónimo placebo,
vericueto de arañas
que hilan un laberinto de sombras,
mantram que se invoca
entre un marasmo de sueños
y que en algún lugar sin memoria
de esta página albea.
Oh nefanda,
oracular cadalso vaticida,
dame tu nombre,
larva, esfinge;
qué camino,
dónde hallar el grial,
la cifra exacta de tu rostro
en este páramo silencio.
Dime quién soy
en este instante que se alaja,
qué hago solo en este bosque de espejos
que adivino a ciegas.
Hora frutal,
vendimia cargada de renuevos
que son dádivas de vida,
instantes que aparecen como frutos,
instantes que muerden como el hambre,
instantes que son todos uno mismo,
destrozos de uno mismo a la deriva
en el vía crucis de esta mano que escribe
y avanza para desenmascarar
el día.
ANTONIO LEAL.- 2 DE JUNIO DEL 2008. 17 de
junio. Julio 8…..* Del libro en preparaciòn: La historia de Èl.
Suscribirse a:
Entradas (Atom)